No outro dia, durante a minha formação de escrita criativa, deparei-me com um exercício que me ficou gravado. E não apenas pelo lado técnico, que, convenhamos, já era motivo suficiente, mas pela perspetiva inesperada que trouxe: a de me ver pelos olhos dos outros.
O exercício parecia simples: escrever uma breve apresentação sobre mim, baseada apenas nas informações que eu sabia que os outros tinham de mim.
Nada de florear, nada de justificar. Apenas aceitar e colocar no papel o que o mundo vê, ou acha que vê.
Parece fácil, não é? Pois bem, não é. Obriga-nos a despir camadas, a reconhecer julgamentos e, acima de tudo, a observar-nos de fora, como se fôssemos um personagem criado por alguém.
Dividi então as perceções em dois grupos: o das pessoas que me conhecem bem e o das que não me conhecem de todo. E o resultado foi, digamos, um retrato fiel e contraditório, como todos nós somos.
Eu, aos olhos dos outros…
✨ Segundo quem me conhece bem:
- A das ideias absurdas.
- A que está sempre a ter ideias novas.
- A que prefere os animais às pessoas.
- A viciada em café.
- A que passa a vida a estudar e a trabalhar.
- A que precisa de ter tudo arrumado e organizado.
😏 Segundo quem não me conhece de todo:
- A que tem a p*** da mania.
- A do nariz empinado.
- A que gosta de ser do contra e complicar as coisas.
- A que não gosta das pessoas que não gostam dela, e faz questão de mostrar.
- A que tem a mania das limpezas.
O espelho dos outros
Enquanto escrevia estas listas, percebi algo curioso: o modo como os outros nos veem é um reflexo, às vezes distorcido, às vezes claríssimo, daquilo que mostramos (ou deixamos escapar).
A forma como, nos vestimos, como falamos, como reagimos ou até como organizamos a nossa vida transmite mensagens, mesmo quando não abrimos a boca.
Por isso, compreender como os outros nos veem pode ser um exercício de autoconhecimento poderoso.
Não porque devamos viver à sombra das opiniões alheias, mas porque elas funcionam como um espelho que revela partes de nós que, muitas vezes, ignoramos.
Há sempre um equilíbrio delicado entre o “eu verdadeiro” e o “eu percebido”.
De um lado, aquilo que realmente somos; do outro, a imagem que o mundo constrói com base nos fragmentos que partilhamos.
E no meio disso tudo está o nosso desafio: entender o que faz sentido absorver e o que devemos simplesmente deixar ir.
✅ Podem também querer ler: Escrita terapêutica: libertem-se através das palavras
O perigo de viver pelo olhar dos outros
Claro que há uma linha ténue entre usar o olhar dos outros como ferramenta de autoconhecimento e deixar que ele nos defina.
Muitas vezes, ficamos presos à ideia de agradar, queremos ser simpáticos, parecer competentes, parecer felizes.
Mas quanto mais tentamos controlar a perceção dos outros, mais nos afastamos da nossa essência.
É um jogo perigoso e desgastante.
A verdadeira força está em reconhecer as diferentes versões de nós que circulam por aí, sem deixar que nenhuma delas tenha mais poder do que a nossa própria visão.
No fim de contas, todos somos protagonistas e figurantes nas histórias dos outros, e está tudo bem com isso.
O papel da organização nisto tudo
Pode parecer que este tema nada tem a ver com organização, mas tem, e muito.
Organizar a vida, o espaço e até os pensamentos é uma forma de nos alinharmos connosco mesmos.
Quando sabemos quem somos e o que valorizamos, torna-se mais fácil lidar com as interpretações externas.
Não precisamos provar nada, nem corrigir perceções. Apenas viver de forma coerente com o que acreditamos.
E é precisamente isso que exploro no meu eBook “Vida Nova em 10 Passos”, uma leitura prática e inspiradora para quem quer reencontrar o equilíbrio e transformar a rotina com propósito.
👉 Quero o ebook para transformar a minha vida!
Um convite para vocês
Agora é a vossa vez.
Peguem num papel e escrevam duas listas:
- Como acham que as pessoas que vos conhecem bem vos descrevem.
- Como imaginam que as pessoas que não vos conhecem vos veem.
Depois, leiam o que escreveram com calma.
Há algo que vos surpreende? Há algo que vos define mais do que gostariam?
Este é um ótimo ponto de partida para quem quer trabalhar a autenticidade, e, claro, praticar a escrita criativa.
Contem-me nos comentários o que descobriram com este exercício.
E se quiserem acompanhar mais reflexões como esta, venham ter comigo ao Instagram @teresaisabel.silva.3, é lá que partilho os bastidores, as ideias e as minhas inevitáveis doses de café.


Olá,Teresa.
ResponderEliminarPassando para agradecer sua presença no profetizando e parabenizá-la pelo post tão essencial rs
Eu nunca havia pensado sobre essas possibilidades do meu eu, mas vou tentar ler a minha própria bula kkk
Fique bem e obrigada 🌻
Eu é que agreço a visita e o comentário! Volte sempre!
Eliminar*agradeço
EliminarOlá, Teresa, gostei muito desta postagem, aliás, amiga,
ResponderEliminargosto muito de toda a sua produção, sempre você traz ideias novas,
coisas para ajudar, muita disciplina, coisas muito úteis.
Gosto muito de ver ler você!
Um feliz fim de semana, paz, saúde e bastante posts criativos!
Beijinho!
Muito obrigada, fico mesmo muito feliz com o seu feedback!
EliminarUn blog davvero piacevole e molto originale, che apprezzo nella sua densa lettura.
ResponderEliminarUn caro saluto
Thanks!
EliminarOi!
ResponderEliminarEu nem tento por em frases como sou vista aos olhos dos outros!
https://deiumjeito.blogspot.com/
Ah ah ah como eu te entendo! Tive que ser generosas nesta composição!
EliminarAchei este post muito engraçado! Tem piada ver as diferenças e como uma primeira impressão pode ser negativa para as pessoas que não te conhecem! Bom fim de semana!
ResponderEliminarAh ah ah é mesmo! Eu não sou propriamente boa a causar boas impressões!
EliminarOi Teresa, gostei sim desse exercício e gostaria de fazer, mas não tenho nem ideia de como as pessoas me veem. Nunca nada a respeito chegou ao meu conhecimento.
ResponderEliminarAté breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)
De certeza que tens ideia, apenas nunca pensaste sobre o assunto!
EliminarOlá Teresa.
ResponderEliminarAdorei o teu post!
Tenho a certeza que nada te afectou!
Empina o nariz, encolhe o abdômen e segue enfrente...e diz baixinho:
Sou muito importante!
Beijinho e bom domingo.😘🍁
Ah ah sim, nada de me afetar! Adorei esse mantra!
EliminarUm exercício interessante!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Muito obrigada!
EliminarOlá Isabel.
ResponderEliminarExcelente post aqui nos trazes!
Também não faço ideia qual o impacto que tenho perante os outros. O que pensam sobre mim. Só eles próprios o poderão dizer.
Gostei de ler.
Deixo os meus votos de feliz semana!
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Muito obrigada pelo feedback!
EliminarBom dia, Tereza
ResponderEliminarExercício interessante, é tão bom quando conhecemos as pessoas profundamente, um forte abraço.
Tens toda a razão!
EliminarOlha, se até mesmo nós não nos conhecemos bem, imagina os outros...
ResponderEliminarOra ai está uma grande verdade!
EliminarQuerida Isa, es importante conocer a las personas, aunque pienso que nunca llegas a conocerlas del todo, no me preocupa cómo me ven los demás, me quedo con cómo me veo yo conmigo misma y me gusto jajaja
ResponderEliminarAbrazos y besitos Isa querida
Muitíssimo interessante. E é assim mesmo: quem não nos conhece bem, vê-nos sempre por uma lupa suja ou mal focada.
ResponderEliminarBeijos.
:)
ResponderEliminarGostei muito,
Para mim, quem não me conhece, não me apetece :)
Excelente publicação.
Abraço e brisas doces ***
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